A noite oficial de abertura da 12ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto reuniu, no Cine Vila Rica, cinéfilos, autoridades, pesquisadores, críticos, jornalistas e diversos outros profissionais do audiovisual para celebrar mais um ano do evento dedicado a olhar o cinema como patrimônio cultural brasileiro.

A noite oficial de abertura da 12ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto reuniu, no Cine Vila Rica, cinéfilos, autoridades, pesquisadores, críticos, jornalistas e diversos outros profissionais do audiovisual para celebrar mais um ano do evento dedicado a olhar o cinema como patrimônio cultural brasileiro. Celebrando nossa diversidade étnica nas pessoas e estética nas obras, a mostra prestou tributo às formas de olhar e pensar na realização cinematográfica.

A coordenadora geral da CineOP, Raquel Hallak, exaltou ainda o marco que é o ano de 2017, quando será apresentado durante o evento o Plano Nacional de Preservação, construído ao longo de toda a última década na própria mostra. “Esta é uma conquista de toda a sociedade”, disse.

Entre apresentações do Coletivo Negras Autoras e da indígena Avelin Buniacá Kambiwá, foram realizadas as três homenagens deste ano. Pela Temática Preservação, o pesquisador e dicionarista Antônio Leão relembrou a infância como fã de cinema, influenciado pelo pai, e de quando decidiu, aos 40 anos de idade (hoje ele tem 60), publicar em livros parte de suas vastas pesquisas. “Estou aqui representando a preservação da informação”, comentou.

Em seguida foi a vez da celebração aos 30 anos do Vídeo nas Aldeias, pela Temática Educação, justificada por, num momento de profundo abalo e retrocesso das conquistas dos povos indígenas no país, reconhecer a força política e estética que o projeto tem alcançado. A cineasta Para Yxapy recebeu o Troféu Vila Rica em nome de todos os participantes e pediu que o Brasil passe a se orgulhar de seus povos indígenas.

Por fim, na Temática História, a montadora Cristina Amaral subiu ao palco para ser reconhecida por sua vasta trajetória no cinema. Responsável pela edição de filmes como Alma Corsária e Serras da Desordem, ela disse ter ficado reticente em receber a homenagem. “Quando a gente trabalha, não temos a dimensão de onde aquilo vai poder alcançar. Estou comovida”.

Para fechar a noite, aconteceu a pré-estreia do documentário Desarquivando Alice Gonzaga, dirigido por Betse Paula.

Encontros e preservação

A programação temática desta sexta-feira, dia 23, na CineOP começa às 10h, com a apresentação e discussão do Plano Nacional de Preservação, no Centro de Convenções. Estarão presentes na mesa Anita Leandro, (professora e cineasta), Arthur Autran (professor e membro do Conselho da Cinemateca Brasileira), Carlos Roberto de Souza (presidente da ABPA – Associação Brasileira de Preservação Audiovisual) e Ruy Gardnier (pesquisador).

À tarde, às 14h30, outra mesa ocupa o Centro de Convenções, desta vez com a Temática Histórica. Intitulada “Quem conta a história? Olhares e identidades no cinema brasileiro” reúne Antônio Leão (pesquisador, colecionador, escritor e homenageado), Cristina Amaral (produtora, montadora e homenageada), Pedro Portella Macedo (cineasta e antropólogo) e Patrícia Ferreira (cineasta Mbya-Guarani), com mediação de Francis Vogner. Na pauta, as questões sobre representação e representatividade como tônica do cinema contemporâneo, quando a quantidade de cineastas mulheres, indígenas, negros e de variadas condições sociais aumenta a cada ano.

Às 17h30, a mesa da Temática Educação “Imagens do pensamento selvagem” conta com César Guimarães (professor e pesquisador), Isael Maxacali (cineasta), Rosângela de Tugny (professora) e Sueli Maxacali (cineasta e fotógrafa).

Nas sessões de filmes, destaque para a dupla homenagem à montadora Cristina Amaral às 19h, no Cine Vila Rica, com A Voz e o Vazio: A Vez de Vassourinha, de Carlos Adriano, e Já Visto Jamais Visto, de Andrea Tonacci. No Cine BNDES na Prala, será exibido Martírio, de Vincent Carelli, às 19h30. Anceto do Império, em dia de alforria?, de Zózimo Bulbul, e Um é Pouco, Dois é Bom!, de Odilon Lopez, passam às 20h45 no Cine Vila Rica, pela Temática Histórica. A noite de filmes se encerra com a sessão de curtas contemporâneos às 22h45, também no Cine Vila Rica.

Na programação artística, às 22h, começa a Noite MPB Marginália, com diversas apresentações dedicadas ao repertório “maldito” da MPB e expoentes da contracultura como Jorge Mautner, Walter Franco, Luiz Melodia, Belchior, Jards Macalé, entre outros. Será no Sesc Cine Lounge Show, com retirada de ingresso na portaria.