Produtores e realizadores que participaram de outras edições do Brasil CineMundi comentam os impactos do evento na trajetória dos filmes e das respectivas carreiras

Em dez anos, o Brasil CineMundi criou uma rede de contatos e gerou resultados que confirmam a importância da internacionalização da produção do país. De uma forma ou de outra, isso esteve claro na fala de produtores e realizadores que participaram nesta sexta, 20 de setembro, do debate que estudou alguns casos de sucesso do evento de mercado realizado pela Universo Produção.

O mediador da mesa, Pedro Butcher, abriu o encontro que integra o Programa de Formação da 13ª Mostra CineBH e o 10º Brasil CineMundi, destacando a transformação do mercado audiovisual brasileiro na última década. Colaborador do programa, ele entende que o Brasil CineMundi funcionou como um dos agentes que contribuíram para esse desenvolvimento.

“Nestes últimos dez anos sou testemunha dessa profissionalização. Isso se refletiu num amadurecimento incrível dos projetos, que está ligado a um mínimo de política pública que foram implementadas nesse sentido”, afirmou Pedro Butcher. “Os projetos desse ano formam um conjunto promissor. Ao longo dessa década, muitos filmes de grande repercussão, como ‘Rifle’, ‘Bacurau’ e ‘A Febre’, passaram por aqui”, completou.

Compartilhamento de experiências

Vencedor do Brasil CineMundi em 2012 com o projeto de Éden, o cineasta do Rio de Janeiro, Bruno Safadi, foi o primeiro a falar. “Percebo que o panorama mudou muito. Eu diria que a coisa hoje está muito mais difícil”, comentou. Ele destacou o aumento da burocracia e compartilhou experiências relacionadas à distribuição de Éden. “É um filme que teve uma trajetória brilhante na época dos festivais, mas depois, comercialmente, sofreu essa mácula da burocracia”.

 

Foto: Netun Lima/Universo Produção
Foto: Netun Lima/Universo Produção

Para a produtora do Rio Grande do Sul, Paola Wink, o Brasil CineMundi foi um divisor na carreira. Quando participou com o projeto de Rifle, também em 2012, tinha acabado de sair da faculdade de cinema. “Quando estive aqui não tinha experiência e o diretor (Davi Pretto) também era iniciante. Descobrimos um universo completamente diferente. Começamos a entender outras possibilidades”, contou.

Para Thiago Macêdo Correia, sócio da Filmes de Plástico e que também trabalha como produtor de outros projetos audiovisuais, a experiência no Brasil CineMundi chegou em um momento diferente da carreira, mas que também marcou. Ele narrou a trajetória que o projeto do longa Elon não acredita na morte, com direção de Ricardo Alves Jr. por laboratórios e eventos de mercado na Argentina e na França antes de participar do evento de mercado realizado em Belo Horizonte, em 2013. “Coprodução é casamento. Você não vai tomar decisões sozinho. Saibam casar, casem bem ou mesmo pensem se querem”, recomendou Thiago. 

O produtor Rodrigo Sarti Werthein, de São Paulo, contou a experiência com o projeto de A Sombra do Pai, dirigido por Gabriela Amaral Almeida. “O CineMundi, pra gente, foi um pontapé”, contou. Ele destacou a importância do evento para a criação de uma rede de contatos que se mantém ativa até hoje. “Foram três dias muito importantes de encontros e reuniões. As pessoas que conhecemos aqui mantemos os contatos até hoje e para diferentes projetos. O CineMundi funcionou como uma porta de entrada para um mundo fundamental pra gente”.

Documentários

Ainda nesta sexta-feira, pela manhã, no Programa de Formação do Brasil CineMundi, o tema "Festivais e mercado internacional de documentário" reuniu Davide Oberto (curador TFFdoc – Torino Film Festival, Itália), Luis González Zaffaronim (diretor executivo DocMontevideo/DocSP, Uruguai) e María Campaña Ramia (programadora IDFA, Equador). Eles expuseram o funcionamento do circuito de festivais para a produção documental, em especial independente, e os caminhos para que o realizador participe de cursos de formação, desenvolvimento de projetos e eventualmente esteja entre os títulos selecionados.

Entre os vários exemplos citados, Maria Campaña falou da inserção de documentários latinos em eventos que ela realiza no México e que vai contra a hegemonia de filmes comerciais de circuito no mercado local. Ela reforçou a importância desse ambiente favorável à realização independente num cenário de muita disputa por espaços de exibição.

 

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