Mais de 15 mil pessoas participaram das atividades da 12ª CineOP, realizada ao longo de seis dias, em Ouro Preto; homenagens, debates, exposição, lançamento de livros, apresentações musicais e exibição de filmes marcaram a programação plural e gratuita
A 12ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, realizada de 21 a 26 de junho de 2017, reafirmou seu propósito como instrumento de reflexão e luta pela salvaguarda do patrimônio audiovisual brasileiro em diálogo com a educação. Ao longo de seis dias de programação intensa e gratuita, a antiga Vila Rica se transformouna capital nacional da preservação audiovisual, com a presença de mais de250 convidados, entre profissionais do audiovisual, pesquisadores, críticos, acadêmicos, preservadores, jornalistas e representantes de entidades de classe para conhecer, discutir, dialogar epensar o cinema como patrimônio. O eixo condutor desta edição foi “Quem conta a história do cinema brasileiro?”. Mais de 15 mil pessoas participaram das diversas atividades - sessões de cinema, debates, oficinas, cortejo da arte, exposição, performance audiovisual, lançamento de livros e shows.
A programação foi estruturada em três temáticas: preservação, história e educação, cada uma delas com conceito e homenagens. Na Temática Preservação, com curadoria de Inês Aisengart de Menezes e José Quental, o tema escolhido foi “Emergências Digitais” e a homenagem pesquisador, colecionador edicionaristaAntonio Leão. A Temática Histórica, com curadoria de Francis Vogner dos Reis e Lila Foster, homenageou a montadora Cristina Amaral e teve como tema “Quem conta a História? Olhares e Identidades no Cinema Brasileiro”. Já a Temática Educação, assinada por Adriana Fresquet e Isaac Pipano,o tema foi “Emergências Ameríndias”e a homenagem parao projeto Vídeo nas Aldeias, idealizado pelo indigenista e documentarista Vicent Carelli.
Foram exibidos 76 filmes (13 longas, 4 médias e 59 curtas)em pré-estreias e retrospectivas, filmes, restaurados e contemporâneos, vindos de 11 estados(RJ, SP, PE, RS, AC, MG, ES, DF, AM, PR, GO) e 2 países (Brasil e Cuba), divididos em mostras temáticas: Histórica, Preservação, Contemporânea, Educação, Mostrinha e Cine-Escola.
Um dos destaques desta edição foi àentrega e apresentação do Plano Nacional de Preservação Audiovisual. O documento, que é fruto de um trabalho coletivo elaborado durante as edições da CineOP como parte integrante da programação do Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros. Participaram da elaboração do Plano os membros da ABPA – Associação Brasileira de Preservação Audiovisual, fundada na 3ª CineOP, em 2008, e preservadores audiovisuais de todo o Brasil, com o propósito de trazer uma contribuição madura e diretrizes para o exercício e sobrevivência do setor.
“Um dos diferenciais desta CineOP foi a união e a maturidade do setor da preservação em diálogo com a educação. Os profissionais do audiovisual, da preservação e acadêmicos aturam de maneira coletiva e compartilhada para enfrentar os desafios em busca de avanços e convergências entre cinema e educação”, destaca a coordenadora geral da CineOP e diretora da Universo Produção, Raquel Hallak.
SESSÕES CINE-ESCOLA BENEFICIAM MAIS DE 3 MIL ALUNOS
O Cine-Expressão, programa socioeducacional-cultural que une as linguagens educação e cultura, com foco na formação do cidadão a partir da utilização do audiovisual no processo pedagógico interdisciplinar, contou com a participação de 20 escolas da rede pública de ensino, beneficiando assim mais de três mil alunos e educadores. Foram realizadas nove sessões cine-escola e cine-debates, com 13 curtas e um longa, para crianças a partir de 5 anos e jovens a partir de 14.
OFICINAS E SEMINÁRIO
Seis oficinas e um workshop internacional certificaram 230 alunos. A CineOP promoveu o 12º Seminário do Cinema Brasileiro: Fatos e Memória e contou com a participação de 90 profissionais à frente de 20 debates. O evento recebeu também três convidados internacionais, que compartilharam a experiência latino-americana na preservação audiovisual: Andrés Levinson, preservador audiovisual do Museodel Cine de Buenos Aires; Carlos Ovando, responsável pela unidade técnica de restauração fílmica da Cinemateca da Universidade do Chile; e Tzutzumatzin Soto, chefe do Departamento de Acervo Videográfico e Iconográfico da Cineteca Nacional do México.
LANÇAMENTO DE LIVROS
O evento promoveu também o lançamento de livroscom a presença dos autores. Foram apresentados ao público os livros “Super-8 no Brasil, um sonho de cinema”, escrito pelo dicionarista e homenageado da Temática Preservação, Antonio Leão; “Verdes anos – Memórias de um filme e de uma geração” (Editora da UFRGS), de Alice DubinaTrusz;“Bernardet 80 – Impacto e Influência no cinema Brasileiro” (Editora Paco Editorial), com organização de Ivonete Pinto e Orlando Margarido; “Telas da docência: professores, professoras e cinema” (Editora Autêntica), com diversas organizadoras; e “A Família Dionti” (Editora Berlendis&Vertecchia), de Alan Minas.
PROGRAMAÇÃO ARTÍSTICA
A curadoria artística da 12ª CineOPfoi realizada pelo Sesc, dando continuidade à bem-sucedida parceria cultural iniciada entre a Universo Produção, produtora do evento, e a entidade durante a Mostra de Cinema de Tiradentes, em janeiro deste ano. Em Ouro Preto, foram realizadas 15 apresentações, com diferentes linguagens artísticas, como música, dança e performances.
ESTRUTURA
A expressividade da CineOP também está representada pela infraestrutura montada para a realização do evento, que ocupa três espaços da cidade: o Cine Vila Rica (plateia de 700 lugares), Centro de Artes e Convenções (sede do evento, cine-teatro, auditórios, Sesc Cine Lounge Show, ações de formação e reflexão) e Praça Tiradentes (Cine BNDES na Praça), palco de acontecimentos sociais, culturais e históricos localizada no coração da cidade, com a instalação de 1000 lugares. A CineOP contou com a cobertura jornalística de 38 veículos de imprensa e 53 jornalistas. Foram credenciados 10 hotéis e pousadas e 9 restaurantes.