Cerimônia será no Arquivo Nacional e contará com o anúncio dos vencedores do Troféu Batoque. Festival continua até o dia 13 de dezembro no Cine Arte UFF, em Niterói

Nesta sexta-feira, 08/12, o Arquivo em Cartaz – Festival Internacional de Cinema de Arquivo finaliza suas atividades no Arquivo Nacional, no centro do Rio de Janeiro, e inicia sua programação no Cine Arte UFF, em Niterói. Na capital, o dia será marcado pelo anúncio dos filmes vencedores da Mostra Competitiva e da Oficina Lanterna Mágica e sessão de pré-estreia do filme “Clara Estrela”, de Suzanna Lira e Rodrigo Alzuguir, no Cine-Pátio. Em Niterói, o evento abre sua programação com o filme “O Homem que Virou Suco”, de João Batista de Andrade. Até o dia 13/12, o Arquivo em Cartaz estará no Cine Arte UFF em sessões diárias gratuitas, sempre às 21h.

No Arquivo Nacional, as atividades começam logo cedo, às 10h30, com a exibição dos curtas da Mostra Arquivos do Amanhã, no Cine-Teatro. Produzidos por jovens em contexto escolar, os filmes apresentam o ponto de vista de crianças e adolescentes a partir da documentação de fatos, lugares e tradições significativas de seu tempo e servem de memória para os arquivos futuros.

Às 14 horas, o espaço vai receber o bate-papo da Oficina Lanterna Mágica, que vai reunir os realizadores e o instrutor da atividade, Joel Pizzini, que atuará como mediador. Na conversa, os debatedores contarão sobre a experiência de experimentação de forma e conteúdo na realização de filmes com imagens de arquivo. Na sequência, ocorre a Mostra Lanterna Mágica, que reúne os curtas produto da oficina. São eles: “Bela, recatada e do lar”, de Creuza Gravina; “Memórias, Afetos” (Hors Concours), de Everaldo Rocha; “Ciranda”, de Fernanda C. Mello; “Imagens por vir”, de Fernanda Miranda; “A personificação oculta”, de Leonardo Moreira; “Odisseu”, de Monica Klemz e “24 pestanas”, de Tetsuya Maruyama. Além do Júri Oficial, os filmes disputarão o Troféu Batoque também na categoria Júri Popular.

Outro destaque da programação são as duas últimas sessões no Cine-Teatro que concluem a Mostra Competitiva. Às 15h30, o público poderá conferir o média-metragem “Frederico Simões Barbosa: Ciência e Compromisso Social”, de Silvia Santos. E às 16h30, será exibido o longa “O Cinema foi a feira”, de Paulo Hermida. Além disso, o público tem nova oportunidade para conferir a exposição Itinerários Indígenas e a videoinstalação Memórias Afetivas, de 10 às 17 horas.

Às 19h30, o anúncio dos vencedores da Mostra Competitiva e ganhadores do Troféu Batoque nas categorias júri oficial e júri popular, seguido da pré-estreia nacional do filme “Clara Estrela”, concluem as atividades no Arquivo Nacional.

Também à noite, às 21h, o filme “O Homem que Virou Suco”, na Mostra Homenagem CPCB, abre a programação no Cine Arte UFF. Desde 2015 na lista dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), a obra restaurada pelo CPCB será exibida em 35mm, sendo uma rara oportunidade para conferir o longa em seu formato original.

Preservação e exibição de filmes são destaque na quinta

Na manhã de quinta-feira, o Arquivo em Cartaz 2017 recebeu o bate papo entre pesquisadores do audiovisual “Com a palavra o usuário”, evento mensal do Arquivo Nacional, que reuniu no Mini Auditório pesquisadores, servidores e demais interessados. O encontro, que foi realizado pela primeira vez dentro do festival, se configura como importante momento de troca, em que são colocadas experiências, sugestões, expectativas e dificuldades para melhorar o acesso ao acervo da instituição. Para a pesquisadora Maria Byington que participou da mesa, o encontro foi uma oportunidade única de interação: “Além de importante, esse momento foi muito produtivo, porque nos possibilitou conhecermos os servidores do Arquivo Nacional, que normalmente não encontramos durante o nosso trabalho, como também para criar laços com nossos colegas pesquisadores”.

O dia também foi marcado pela oficina “Noções Básicas de Conservação de Documentos Magnéticos”, ministrada pelo sócio-fundador da Via 78, Marco Dreer Buarque. Dividida em dois momentos, um teórico e um prático, a ação formativa contou com inscrição prévia e entrega de certificado. Para o instrutor, o resultado superou as expectativas: “Esse tipo de documento que trabalhamos, os magnéticos, geralmente não é contemplado nos cursos e pesquisas existentes, e é uma urgência, pois os acervos contam cada vez mais com esses materiais. Ao final da atividade, mostrei os formatos e iniciamos uma rica discussão sobre esse assunto. Essa oficina foi um passo pioneiro e importante para um debate necessário em todo país”.

No Cine-Teatro, o documentário “Intolerância.doc”, de Suzanna Lira, dentro da Mostra Arquivo Faz Escola, reuniu adolescentes da ONG Ser Cidadão que participaram também de um debate com a co-roteirista Muriel Alves Xavier Rocha. Na ocasião, os jovens trocaram experiências e apresentaram relatos de suas próprias vivências pertinentes à temática do filme. A exibição do média “Os 15 anos da morte de Cássia Eller”, na Mostra Arquivo N, abriu as atividades da tarde emocionando o público com imagens raras e icônicas da cantora.

Filmes nacionais e estrangeiros da Mostra Competitiva completaram a programação do Cine-Teatro. O público conferiu sessões de curtas, médias e longas, sempre votando em seus favoritos. A exibição no Cine-Pátio dos médias restaurados “Tutti Tutti Buona Gente, Propriamente Buona” e “O Bondinho de Santa Tereza”, ambos dirigidos por Orlando Bomfim, neto concluíram a programação do dia 07/12 do Arquivo em Cartaz.