Na Mostra Olhos Livres, dupla de cineastas maxakali ganhou pelo segundo ano seguido, com “Nũhũ yãg mũ yõg hãm: essa terra é nossa!”; diretora e roteirista Ana Johann levou o Troféu Helena Ignez por seu trabalho em “A Mesma Parte de um Homem”. Na Mostra Foco, os curtas “Abjetas 288” e “4 Bilhões de Infinitos” foram os vencedores.
O filme baiano “Açucena”, de Isaac Donato, foi o vencedor de melhor longa-metragem da Mostra Aurora na 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes. A cerimônia de encerramento, transmitida pelo site do evento na noite de sábado (30), confirmou a forte presença e prestígio do cinema baiano este ano. O prêmio foi concedido pelo Júri Oficial, formado por críticos, pesquisadores e profissionais do audiovisual. Em fala transmitida em vídeo, a integrante do júri, cineasta e curadora Graciela Guarani apontou que o filme “celebra e movimenta as imagens para dar a ver o que não é da ordem do visível”, pois “acumula delicadamente um estranho familiar, evocando uma infância ou maternidade coletivas”. Diz ainda: “Com dissonância misteriosa, estimulada a partir do cotidiano de sorrisos, gestos e falas de uma comunidade envolta numa festa-ritual, premiamos um filme de partilha de sensibilidades”.
O Troféu Carlos Reichenbach, dado pelo Júri Jovem ao melhor longa da Mostra Olhos Livres, foi para “Nũhũ yãg mũ yõg hãm: essa terra é nossa!”, de Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero, realizado em Minas Gerais e premiando, pela segunda vez consecutiva na seção, um filme da dupla de cineastas maxakali (em 2020 o ganhador foi “Yamiyhex – As Mulheres-espírito”). Na justificativa, o Júri Jovem, formado por estudantes, defendeu que “ao traçar um mapa não localizável na iconografia, os sussurros e a oralidade tornam-se imagens. Suspensas e bifurcadas, elas desestruturam os imaginários, modificando a narrativa da lógica visual colonial”. Disseram ainda que, “em seu percurso, o mapeamento da perda possibilita a criação de traçados cartográficos dentro de uma inventividade singular que concebe temporalidades próprias, regidas por vestígios coletivos de pertencimento”.
O Prêmio Helena Ignez 2021, oferecido pelo Júri Oficial a um destaque feminino em qualquer função nos filmes das Mostras Aurora e Foco, foi dado à diretora e roteirista Ana Johann, que assinou “A Mesma Parte de um Homem” (PR). A integrante do júri e pesquisadora Mariana Souto, disse que a “maturidade demonstrada em um primeiro longa-metragem de ficção e a forma consistente como a diretora maneja os jogos ficcionais, desdobrando narrativas em outras narrativas” foram essenciais para a escolha da premiada, graças ao seu trabalho no filme concorrente.
Na Mostra Foco, o Júri Oficial escolheu o curta-metragem “Abjetas 288” (SE), com direção de Júlia da Costa e Renata Mourão. A justificativa, lida pela crítica teatral Soraya Martins, integrante do Júri Oficial, apontou que “em um panorama de filmes que respondem a um caos político e social que beira o apocalipse, o filme deste ano reconfigura a transgressão estética do cinema de invenção e aponta para um futuro combativo e vibrante”, dizendo que o “trabalho inquieto de direção e o ritmo da montagem do filme constroem uma estética do transbordamento”.
O Prêmio Canal Brasil de Curtas, que oferece R$ 15 mil a um curta também da Mostra Foco em júri formado pelo próprio canal, foi para “4 Bilhões de Infinitos” (MG), de Marco Antônio Pereira.
CONFIRA OS PREMIADOS DA 24ª MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES
- Melhor curta-metragem pelo Júri Oficial, Mostra Foco: “Abjetas 288”(SE), direção de Júlia da Costa e Renata Mourão.
Troféu Barroco.
Da Ciario/Naymar: R$ 5 mil em locação de equipamentos de iluminação, acessórios e maquinaria.
Do CTAV: Empréstimo de câmera Black Magic por duas semanas
Da Mistika: R$ 6.000,00 (seis mil reais) em serviços de finalização.
Da DOT Cine: 2 (duas) diárias de correção de cor; master DCP para curta até 30 minutos.
- Prêmio Canal Brasil de Curtas: 4 Bilhões de Infinitos (MG), de Marco Antônio Pereira.
Prêmio de R$ 15 mil.
- Prêmio Helena Ignez para destaque feminino: Ana Johann, diretora e roteirista de “A Mesma Parte de um Homem” (PR).
- Melhor longa-metragem pelo Júri Jovem, da Mostra Olhos Livres, Prêmio Carlos Reichenbach: “Nũhũ yãg mũ yõg hãm: essa terra é nossa!”, de Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero.
Troféu Barroco;
Da Mistika: R$ 15.000,00 (quinze mil reais) em serviços de finalização.
Da Ciario: R$ 10 mil em locação de equipamentos de iluminação, acessórios e maquinaria da Naymar;
Da Cinecolor: 5 diárias de correção de cor;
Da Dotcine: master DCP para longa de até 120 minutos
Do CTAV: Empréstimo de câmera Black Magic por quatro semanas
- Melhor longa-metragem da Mostra Aurora, pelo Júri Oficial: Açucena (BA), de Isaac Donato.
Troféu Barroco.
Da The End: R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) em serviços de pós-produção (laboratório digital, sync, dailies, conform, correção de cor, animação, composição, 3D e masterização).
Da Ciario: R$ 10 mil em locação de equipamentos de iluminação, acessórios e maquinaria da Naymar;
Da Cinecolor: 5 (cinco) diárias de correção de cor.
Da DOT Cine: master DCP para longa até 120 minutos.
JÚRI OFICIAL
Graciela Guarani, produtora cultural, comunicadora, cineasta, curadora de cinema e formadora em audiovisual; Ivone Margulies, escreve sobre cinema francês, teatralidade e realismo no cinema e acaba de publicar Filmes de Plastico’splural realism, no dossiê sobre cinema brasileirona Film Quarterly (inverno 2021); Leonardo Bomfim, programador da Cinemateca Capitólio, em Porto Alegre; Mariana Souto, professora do curso de Audiovisual da UnB; Soraya Martins, atriz, pesquisadora, crítica teatral e curadora.
JÚRI JOVEM
Ana Julia Silvino, 20 anos, estudante 3º período de Rádio, TV e Internetda Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF); Anália Alencar, 25 anos, estudante 9° período de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); Lorenna Rocha, 24 anos, estudante 10º período da Licenciatura em História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Manu ZIlveti, 24 anos, estudante do 5° período de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel); Rodrigo Sampaio Cauhi, 20 anos, estudante 6º período do curso de Cinema e Audiovisualda PUC Minas.
SOBRE A 24a MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES
PLATAFORMA DE LANÇAMENTO DO CINEMA BRASILEIRO
Maior evento dedicado ao cinema brasileiro contemporâneo em formação, reflexão, exibição e difusão realizado no país. Apresenta, exibe e debate, em edições anuais, o que há de mais inovador e promissor na produção audiovisual brasileira, em pré-estreias mundiais e nacionais – uma trajetória rica e abrangente que ocupa lugar de destaque no centro da história do audiovisual e no circuito de festivais realizados no Brasil.
Trata-se de um programa audiovisual que reúne as manifestações da arte numa programação cultural abrangente, oferecida gratuitamente ao público, que prevê a exibição de mais de 100 filmes brasileiros, promove homenagem, oficinas, debates, mostrinha de cinema, exposições, shows musicais, performance audiovisual, encontros e diálogos audiovisuais e atrações artísticas.
TODA PROGRAMAÇÃO É OFERECIDA GRATUITAMENTE AO PÚBLICO.
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ATENÇÃO:
Como o formato do evento é digital, convidamos você a seguir a Universo Produção/Mostra Tiradentes nas redes sociais para ficar por dentro de tudo o que vai acontecer nos bastidores, acompanhar a evolução e notícias do evento e também receber conteúdos exclusivos sobre a 24ª edição da Mostra Tiradentes. Canais e endereços:
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Serviço
24a MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES | 22 a 30 de janeiro de 2021
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Patrocínio: CBMM, ITAÚ, CSN, CEDRO MINERAÇÃO, CIMENTO NACIONAL, COPASA|GOVERNO DE MINAS GERAIS
Parceria Cultural: SESC EM MINAS
Apoio: CAFÉ TRÊS CORAÇÕES, INSTITUTO UNIVERSO CULTURAL, DOT, MISTIKA, CTAV, CIARIO/NAYMAR, CINECOLOR, THE END, BUCARESTE ATELIÊ DE CINEMA, CANAL BRASIL, REDE MINAS, RÁDIO INCONFIDÊNCIA
Idealização e realização: UNIVERSO PRODUÇÃO
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